Coleção: |Abraço|

No seu abraço eu abraço o que existe,
a areia, o clima, a árvore da chuva,
E tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso ver tudo:
Todos os seres vivos entraram em sua vida.

Pablo Neruda, "Cien Sonetos de Amor" (VIII)



Abraçar você me traz essa profunda conexão e unidade com a Natureza e todos os seres vivos, sugere Neruda.
Este gesto simples mas magnífico expande a nossa compreensão do mundo, permite-nos abrir-nos, convidar à vulnerabilidade e criar espaço para o outro, seja pessoa ou acontecimento, ser ele próprio, ser o que é e existir autenticamente. É uma expressão humana fundamental que tem o potencial de transformar e amplificar nossas experiências.
Cada um de nós é como um pequeno recipiente que contém todas as nossas esperanças, sonhos, medos e emoções. Quando abraçamos o outro, é como se oferecêssemos uma pequena gota d'água do nosso próprio vaso. Nesta partilha, sem palavras, tantas vezes escassas e falíveis, a magnitude desta troca é imensa e transformadora. Um gesto pequeno, mas poderoso, que nos sacia e envolve no manto doce e reconfortante da conexão.
Cada um de nós é como a margem de um grande rio. O abraço é uma ponte que nos conecta, bem no meio, resgatando a intimidade proporcionada pelo encontro. Você importa. Eu me importo. Estou no seu lado. Você não está sozinho. Eu te vejo. Apoie-se em mim, estou aqui.
O rio não é mais frio e implacável.